quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Tempos idos


Na longa estrada da vida
as flores emurchecidas
que perderam o encanto
e caíram de seu galho
encharcadas de orvalho
como os meus olhos de pranto.

Qual uma estrela luzente
igual meu olhar descrente
que perdeu todo o fulgor
e corta o céu num momento
veloz como o pensamento
alquebrada de amor.

Um sorriso se afigura
como um ritus de amargura
na face, a aura perdida
a alma pende, vazia
como uma noite sombria
pelos caminhos da vida.

Esvanesceu a beleza
dando lugar à tristeza
de uma alvorada sem cor
andando pelos caminhos
cheios de pedras e espinhos
de solidão e amargor.

Eu quero correr na estrada
ver pôr-de-sol, alvorada
e noites lindas de luar
quero ouvir o som das matas
o murmurar das cascatas
e a passarada a cantar.

Sentar perto do regato
sentir o cheiro de mato
e respirar o ar puro
colher as flores do campo
perseguir os pirilampos
comer um fruto maduro.

Quero ver os animais
dar um giro nos currais
para tomar leite quente
mas são apenas lembranças
desses tempos de criança
que voltam, assim, de repente.


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