Saí percorrendo estradas, em busca da poesia mais pura
do ritmo harmonioso de uma linda canção
do som marulhante das ondas frementes do mar
subi as montanhas captar o ar rarefeito dos cumes
desci ao regato ouvir o rolar macio das cascatas mansas.
Entrei nas matas virgens para ouvir o gorgeio das aves canoras
desci ao âmago das flores para colher a fragrância de todos os perfumes
cheguei no lago sereno para ouvir a voz do silêncio das águas calmas
subi para o infinito deleitar-me com o coro de anjos celestes
entrei numa nuvem branca, correndo atrás de astros dourados.
Andei no azul dos céus para colher um buquê de estrelas
entrei no fundo da terra, roubar a raridade de gemas escondidas
parti nas asas do vento, buscar os matizes da alvorada
saí pela pradaria colhendo a alvura dos lírios puros
entrei em verdes pomares tirar o pomo dos frutos maduros.
Levantei as mãos para o alto, recolhi gotas de safira do orvalho da noite
cruzei o horizonte para alcançar os fulvos raios de sol
percorri todos os caminhos, buscando a forma de belezas inusitadas
para compor um hino sublime como o canto dos querubins
e pintar um quadro maravilhoso como os matizes de todas as cores
Para fazer um manto com o véu da noite enluarada
bordado com pedras raras e com fios de ouro das estrelas cadentes
juntei nesse amálgama da essência de todas as coisas
para, em holocausto, queimar oferendas puras para o meu Deus.
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