Quero abrir o peito inteiramente
E arrancar de lá o amor vivido
Todos os sonhos e doces lembranças
E a dor crescente de um viver sofrido
E desandar do peito essa saudade
E o fantasma de um sonho perdido
E todo amor que, outrora sufocado
Vem de encontro a um coração ferido
E as vezes feéricas de ilusões que voltam
Num rodopiar de valsas inusitadas
Como um raiar de aurora multicor
Num salão antigo, de coisas passadas
Num revolver de sonhos esquecidos
Que de repente vêm aos borbotões
E se entrechocam com paixões contidas
E nos assolam, assim, os corações
Essa poesia é um desabafo amargo
De alguém que amou profunda e loucamente
Mas veio, um dia, o vendaval da vida
E a destroçou feroz e cruelmente.
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